Antes de Adão: A morte já existia há milênios

As Testemunhas de Jeová ensinam que Adão foi o primeiro ser humano criado, cerca de 6.000 anos atrás, e que a morte entrou no mundo apenas por meio do “pecado original” no Éden. Mas a arqueologia, a paleontologia e a própria história da humanidade contam outra história — uma história baseada em fósseis, ossos e evidências que não podem ser ignoradas.
Massacres de 6.000 anos atrás na França
Recentemente, arqueólogos descobriram valas comuns na região da Alsácia, no nordeste da França, datadas de 4300 a 4150 a.C. (ou seja, 6.300 anos atrás).

- Foram encontrados 82 indivíduos mutilados, muitos com braços amputados — provavelmente troféus de guerra.
- Ossos e dentes foram analisados por datação por radiocarbono (C-14), com margem de erro de poucas décadas, provando que esse massacre ocorreu milhares de anos antes da suposta criação de Adão, segundo a cronologia bíblica defendida pela Torre de Vigia.
- Essas pessoas nasceram, viveram e morreram muito antes de qualquer “pecado original”.
👉 Se a morte fosse consequência do erro de um casal mítico no Éden, como explicar que já havia sociedades inteiras guerreando e morrendo antes desse episódio?
O problema para a doutrina do “pecado original”
Segundo a teologia das Testemunhas de Jeová:
- Adão teria sido criado há cerca de 6.000 anos, perfeito e imortal.
- A morte teria entrado no mundo por causa da desobediência dele.
- Todos os seres humanos morreriam apenas porque herdaram esse “pecado”.
Mas a ciência demonstra:
- Hominídeos já morriam há centenas de milhares de anos.
- O Homo erectus viveu entre 1,8 milhão e 100 mil anos atrás. Seus fósseis mostram ossos fraturados, sinais de doenças e envelhecimento.
- Neandertais (extintos há cerca de 40 mil anos) enterravam seus mortos — prova de que a morte era parte da vida muito antes de qualquer “Adão”.
- Massacres neolíticos, como os da Alsácia, são evidência de violência, doenças e mortalidade natural antes mesmo de a Bíblia ser escrita.
Métodos científicos que desmontam o mito
As descobertas de 6.000 anos atrás na França foram datadas por:
- Radiocarbono (C-14 AMS): medindo a quantidade de carbono residual nos ossos.
- Estratigrafia: análise das camadas arqueológicas.
- Tipologia cerâmica: comparação de artefatos com outros sítios conhecidos.
- Isótopos estáveis: revelando até mesmo a origem geográfica das vítimas.
Esses métodos independentes convergem para a mesma conclusão: a humanidade já existia e já morria muito antes da cronologia bíblica.
Por que a Torre de Vigia ignora esses fatos?
A resposta é simples: admitir essas descobertas desmonta todo o castelo teológico das Testemunhas de Jeová.
- Se já havia morte antes de Adão, o “pecado original” perde sentido.
- Se a morte não veio de um casal no Éden, não há necessidade de “resgate” por Jesus.
- Se a Bíblia erra na origem da humanidade, como confiar nela para o futuro?
É por isso que a Torre de Vigia constantemente desqualifica a arqueologia e a evolução, dizendo que são “mentiras de Satanás” ou “meras teorias humanas”. Mas a verdade está nos ossos que arqueólogos desenterram, não em interpretações dogmáticas.
Conclusão
As descobertas arqueológicas na França — junto com fósseis humanos muito mais antigos — provam que:
- Pessoas já existiam milênios antes de Adão.
- A morte era parte da realidade natural da vida humana, não uma maldição divina.
- A doutrina do “pecado original”, base de todo o cristianismo, é um mito construído para explicar o inexplicável em tempos antigos.