Suméria: A Civilização Esquecida pela Torre de Vigia

Suméria: A Civilização Esquecida pela Torre de Vigia

Introdução: O que eles não querem que você saiba

Quando falam sobre “as origens da civilização”, as publicações das Testemunhas de Jeová rapidamente apontam para os descendentes de Noé após o dilúvio, com destaque para a cidade de Babel e a famosa Torre. Mas há uma civilização real, muito mais antiga e bem documentada, que a Torre convenientemente ignora: a Suméria. Por que será que essa cultura, berço da escrita, das cidades-estado e da astronomia, é apagada da narrativa da Torre de Vigia?


A Suméria: fatos que não cabem na Bíblia

  • Localização e datação: A Suméria surgiu na Mesopotâmia, atual sul do Iraque, por volta de 4.500 a.C. — milhares de anos antes do suposto dilúvio de Noé (que a Torre de Vigia data por volta de 2370 a.C.).
  • Invenções impressionantes: Os sumérios criaram a primeira forma de escrita conhecida (a cuneiforme), desenvolveram códigos legais, técnicas de irrigação, sistemas matemáticos e astronômicos.
  • Cidades reais, com provas reais: Ur, Uruk, Eridu e Lagash não são apenas mencionadas em textos antigos — elas foram escavadas. Templos, palácios, tabelas de argila com registros administrativos, tudo está lá.

A Torre de Babel: uma lenda com data problemática

Segundo a Bíblia, a humanidade se uniu para construir uma torre “cujo topo alcançasse os céus” (Gênesis 11). Deus então confundiu as línguas e dispersou os povos. A Torre de Vigia ensina que esse evento explica a diversidade linguística e o surgimento das nações.

Mas há um problema sério aqui:

  • A diversidade linguística já existia bem antes do tempo sugerido para a Torre de Babel.
  • A Suméria já tinha sua própria língua escrita complexa e uma sociedade sofisticada, sem nenhum indício de interrupção por um suposto dilúvio global.

O silêncio da Torre: cadê a Suméria no “Estudo Perspicaz”?

Você pode consultar a Watchtower Library ou o Estudo Perspicaz das Escrituras de capa a capa: não existe nenhum verbete chamado “Suméria” ou “sumérios”. Isso não é um descuido — é estratégia.

A Torre só menciona cidades como Ur (de Abraão) ou a terra de Sinear (onde teria ocorrido Babel), mas nunca as reconhece como parte de uma civilização antiga pré-diluviana. Se admitisse a existência plena da Suméria — com sua escrita, reis, economia e religião organizada — antes do dilúvio, toda a cronologia bíblica ruiria.

A Torre prefere o silêncio seletivo. É mais seguro para a doutrina fingir que a Suméria nunca existiu, ou no máximo citar algo por alto e sem contexto.


Por que a Torre ignora a Suméria?

Porque admitir a existência da Suméria antes do dilúvio seria admitir que a Bíblia está errada. Simples assim.

Imagine: uma civilização com registros escritos, reis, comércio e templos funcionando perfeitamente milhares de anos antes do dilúvio que deveria ter destruído tudo e todos, exceto Noé e sua família.

Não dá pra encaixar a Suméria na narrativa bíblica sem destruir a cronologia de Gênesis. A saída? Fingir que ela não existiu — pelo menos, nas publicações da Torre.


Conclusão: A arqueologia fala, a Torre silencia

A Suméria é um dos maiores exemplos de como a realidade histórica desafia a fé cega. E, mais uma vez, a Torre de Vigia opta por manter seus adeptos no escuro, negando ou ignorando o que já foi escavado, estudado e comprovado.


Leituras recomendadas:

  • A História Começa na Suméria, Samuel Noah Kramer
  • O Mundo Perdido da Bíblia, John H. Walton
  • Arqueologia e Religião: Uma Relação Tensa, Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman

admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *