🌊 A Profecia de Tiro:

🌊 A Profecia de Tiro:

Destruída para sempre… mas ainda de pé

“Milagres Forjados?” – Parte 3
Quando o “assim diz Jeová” falha na prática


A promessa divina de destruição total

Em Ezequiel 26, encontramos uma das profecias mais ousadas e detalhadas da Bíblia. O profeta, falando supostamente em nome de Jeová, afirma que a poderosa cidade fenícia de Tiro seria arrasada de forma definitiva, jamais reconstruída ou encontrada novamente.

“Eis que eu estou contra ti, ó Tiro… E farei subir contra ti muitas nações… E elas destruirão os teus muros, e derrubarão as tuas torres… E rasparei dela o seu pó, e a farei como penha desnudada. (…) Nunca mais serás edificada.”
Ezequiel 26:3-14, Tradução do Novo Mundo

O texto é inequívoco. A cidade seria completamente arrasada e apagada da história.


⚔ A realidade histórica: a profecia falhou

Segundo Ezequiel, Nabucodonosor, rei da Babilônia, seria o instrumento da destruição total de Tiro (v. 7-11). Mas a história diz outra coisa:

  • Nabucodonosor sitiou Tiro de 586 a 573 a.C.
  • Ele conseguiu conquistar apenas a parte continental da cidade.
  • A parte insular (construída numa ilha fortificada) resistiu bravamente e nunca foi tomada por ele.

A verdadeira destruição de Tiro ocorreu dois séculos depois, pelas mãos de Alexandre, o Grande. Mesmo assim, a cidade foi reconstruída e continua existindo até hoje.


Tiro ainda existe — e com força

Atualmente, Tiro é uma cidade costeira no sul do Líbano, chamada Ṣūr (ou Tyre), com cerca de 200 mil habitantes. A cidade possui:

  • Porto ativo
  • Comércio local e internacional
  • Universidades e escolas
  • Patrimônio arqueológico
  • Supermercados, redes de fast-food e… um McDonald’s

Nada disso combina com uma cidade que “nunca mais seria edificada”.


📜 O “remendo” profético: Egito como compensação

O próprio livro de Ezequiel admite que Nabucodonosor não conseguiu destruir Tiro, e então Jeová “compensa” o rei com outra conquista:

“Nabucodonosor… não obteve nenhum salário de Tiro… Por isso, eis que eu lhe dou o Egito…”
Ezequiel 29:18-19, TNM

Esse remendo improvisado mostra o desconforto do profeta diante de uma profecia não cumprida. É como se o oráculo estivesse tentando não perder a credibilidade diante do povo.


❌ Refutando as desculpas: o malabarismo das Testemunhas de Jeová

As Testemunhas de Jeová, assim como outras religiões que defendem a inerrância bíblica, tentam salvar a profecia falha de Ezequiel 26 com explicações que não resistem à análise séria.

Em A Sentinela de 1.º de julho de 1987, p. 21, tentam justificar:

“A antiga cidade de Tiro foi de fato reconstruída em parte… Mas a cidade insular que outrora desafiou as nações e dominou o comércio marítimo do mundo jamais recuperou sua posição anterior, cumprindo assim o julgamento de Deus.”

📌 Vamos desmontar isso ponto por ponto:

O texto bíblico fala em destruição total, não decadência gradual

Ezequiel 26 afirma com clareza:

  • “Nunca mais serás edificada” (v. 14)
  • “Tu serás procurada, mas nunca mais serás achada” (v. 21)
  • “Farei de ti uma penha desnudada” (v. 4)

Nada disso é simbólico. São previsões diretas, literais e específicas sobre uma cidade física. O argumento da Torre de que Tiro “nunca mais foi uma superpotência” não cumpre a profecia.

A cidade de Tiro foi reconstruída — no mesmo lugar e com o mesmo nome

A cidade moderna de Tiro (Ṣūr), no Líbano, existe até hoje, tem porto, população ativa, universidades, comércio e até redes de fast-food.
O nome Tiro nunca deixou de existir, o que anula qualquer argumento de que seria “outra cidade”.

A Bíblia atribui a destruição a Nabucodonosor, não a Alexandre

“Eis que eu trarei contra Tiro Nabucodonosor, rei de Babilônia.” — Ezequiel 26:7

Mas historicamente, Nabucodonosor nunca conquistou a ilha de Tiro. Ele falhou.
Foi Alexandre, o Grande, dois séculos depois, que a tomou temporariamente — mas mesmo assim, ela foi reconstruída.

O próprio livro de Ezequiel admite que Nabucodonosor não teve sucesso

“Ele não recebeu nenhuma compensação de Tiro… Por isso, eu lhe darei o Egito.” — Ezequiel 29:18-19

Esse “prêmio de consolação” mostra que até o profeta percebeu que a profecia original fracassou.

📉 Resumo da refutação:
As Testemunhas de Jeová tentam recontar a história para salvar a imagem do “profeta inspirado”, mas os fatos — arqueológicos, históricos e textuais — mostram que Ezequiel errou. E a Torre de Vigia, como sempre, tenta cobrir a falha com explicações frágeis e seletivas.


🎯 Conclusão: mais um “milagre forjado”

A profecia de Ezequiel sobre a destruição eterna de Tiro é mais uma tentativa falha de prever o futuro em nome de Deus. A realidade a desmente por todos os ângulos:

  • A cidade nunca foi destruída como o texto afirma.
  • Nabucodonosor falhou.
  • Alexandre destruiu, mas a cidade foi reconstruída.
  • Hoje, Tiro vive — com o mesmo nome, no mesmo lugar.

Esse é mais um exemplo de como a Bíblia, ao tentar impressionar com profecias grandiosas, expõe suas limitações humanas e seus erros históricos.


📚 Leitura complementar sugerida:

  • “A Bíblia não tinha razão” — Israel Finkelstein & Neil Silberman
  • “O Deus Delirante” — Richard Dawkins, cap. 7
  • Artigo: “The Destruction of Tyre: Ezequiel’s Prophecy and the Reality” — Journal of Biblical Literature

Cidade de tiro (Sur) atualmente(2025) um bela cidade…

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